Em “This is What Reality Looks Like” (Essa é a aparência da realidade), o corpo da artista torna-se simultaneamente superfície e local de crítica. Ao longo da performance, páginas de revistas femininas — cada uma estampando imagens curadas e mercantilizadas da feminilidade — são cuidadosamente coladas à pele da artista. O processo é lento, deliberado e desconfortavelmente íntimo, transformando o corpo em uma colagem viva de padrões idealizados de beleza e fantasias midiáticas.

Essa ação de longa duração expõe a tensão entre a identidade interna e a expectativa externa. À medida que o corpo desaparece sob camadas de imagens brilhantes, a performance questiona quais realidades são representadas, vendidas e consumidas. O título funciona tanto como provocação quanto como contradição: o que é real quando a realidade é mediada pela estética comercial? Onde começa o “eu” quando o corpo vira um outdoor?

Por meio da repetição e da resistência, a performance convida à reflexão sobre como a mídia de massa constrói a feminilidade, como essas construções são internalizadas e como a resistência pode começar ao expô-las — literal e coletivamente.