ser/estar

Nesta performance, mãe e filha permanecem juntas, entrelaçadas sob um tecido com uma imagem em tamanho real de uma araucária. Lado a lado, entoam um canto em uníssono — um som tecido com memória e amor. À medida que suas vozes se entrelaçam, o tecido é lentamente retirado, desenrolado sobre o chão, revelando a árvore em sua escala completa.

Nativa do sul do Brasil, a araucária é uma árvore do tempo profundo: ancestral, resiliente, e agora ameaçada. Outrora cobrindo vastas regiões, suas florestas foram devastadas pela extração de madeira e pelo desmatamento, restando apenas fragmentos. No ato de revelar a árvore, as performers homenageiam sua memória e presença — evocando perda, reverência e resistência.

A conexão entre as performers reflete a própria relação com a árvore — íntima, geracional, enraizada.

Esta é uma performance de lembrança: a árvore como testemunha, como ancestral, como eco. Ela representa aquilo que foi perdido — e aquilo que ainda pode ser preservado.

apresentada em parceria com Zenaide Pootz na Pölen Galleri – Konstfack, Estocolmo, Suécia, em 6 de março de 2025.